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psicoterapia

De que forma a psicologia pode ajudar?

Algumas vezes surgem dúvidas com relação ao papel do profissional psicólogo e a maneira como ele atua. Aproveito então esse espaço pra falar um pouco disso, caso você tenha essa curiosidade em particular!


Em linhas gerais, posso dizer que a Psicologia se debruça sobre a realidade psíquica do ser humano. É uma ciência que se interessa pelo material subjetivo, sua constituição, compreensão e transformação, e isso nas suas mais diversas manifestações. Digo dessa forma porque nossa psique é construída, em linhas gerais, por várias "camadas", que na prática são o nosso corpo e emoções, nossos sentimentos, nossa cognição (mente), e além...

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Dessa forma, a título de exemplo, a psicologia pode:

1) Auxiliar àquelas pessoas que passam por algum sofrimento emocional intenso como depressão, transtorno do pânico, fobias e etc;


2) Facilitar na resolução de conflitos de relacionamentos, sejam eles familiares, no ambiente de trabalho ou demais círculos sociais;


3) Consegue ser um apoio nos momentos de crises pessoais tais como luto, dificuldades profissionais, grandes mudanças na vida;


4) Ela também pode dar assistência para aqueles que sentem uma necessidade de compreensão maior em relação à sua própria existência, uma busca por um propósito maior ou diferente, que muitas vezes não sabemos definir ou mesmo expressar de uma forma concreta, porém sentimos que há um "incômodo" presente.

Ao contrário do que algumas pessoas podem acreditar, o psicólogo não diz ao seu cliente o que ele deve ou não fazer em relação aos seus próprios questionamentos. O psicólogo dá apoio e caminha junto, usando todo o seu instrumental técnico-teórico para ajudar o próprio indivíduo na viagem que ele faz dentro de sí, em busca de sí mesmo. É como se o psicólogo fosse um guia, porém ele não indica por onde caminhar, e sim, ajuda a olhar para o caminho da forma mais clara possível. À medida em que o psicólogo ajuda a desvendar e explorar, é a própria pessoa então que faz análises e toma melhores decisões, se equilibrando e se fortalecendo em sí mesma.

Apresento abaixo alguns dos métodos e procedimentos que podem ser utilizados como suporte para o trabalho de auto-conhecimento que eu proponho.

Focalização é um aspecto do trabalho em psicoterapia que inclui o corpo como um elemento da jornada de auto-conhecimento. Ela trabalha com o princípio de que nossa história e nossas emoções estão presentes, aqui e agora, na nossa experiência física, somática. Essa abordagem foi criada pelo psicólogo e filósofo Eugene Gendlin, nos anos 50, em parceria com o lendário psicólogo Carl Rogers. Eugene tornou-se colaborador e parceiro de Rogers e desenvolveu seu trabalho no princípio de que podemos trazer à tona nossas experiências como vivências sentidas ou "sensações percebidas" (felt sense, no original, em inglês), antes de serem transformadas em palavras, pela mente. Em outras palavras, nosso corpo tem seu próprio registro de nossas experiências, e a vantagem disso para nosso trabalho pessoal é que não é possível enganar nosso próprio corpo, nossas próprias sensações e percepções.

Se uma situação qualquer de minha vida deixa um mal-estar, essa sensação permanece e o corpo acusa essa presença, independente das explicações que quisermos encontrar para essa sensação... Esse é portanto um trabalho que, aparentemente, pode ser simples mas é, ao mesmo tempo, profundo e complexo. Se por um lado nossa mente pode racionalizar, negar, manipular e usar tantos outros artifícios para justificar nossas percepções e sensações, a focalização nos leva ao cerne da experiência em sí na forma como ela é sentida no corpo, sem lógicas e argumentações ou compreensões puramente intelectuais que muitas vezes nos afastam da resolução dos problemas ao invés de nos ajudar a solucioná-los.

Focalizar, então, significa focar em nossa percepção de um problema, uma situação, uma experiência, e quando nos permitimos fazer isso somaticamente/corporalmente então um processo de mudança é iniciado, fora do controle da mente consciente. Essa mudança se dá no sentido de que nossas percepções nos guiam, ao invés de nós guiarmos ou manipularmos essas impressões... e pela sabedoria inerente de nosso corpo, que é uma camada da nossa mente inconsciente, as sensações percebidas mudam, trocam de lugar, trazem imagens à mente, resgatam lembranças... enfim, elas trabalham, desfazendo nós, digerindo e processando experiências, abrindo novos caminhos.

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Mandala, nome proveniente do sânscrito, é um desenho com motivos  circulares. O círculo é um símbolo de inteireza, de completude, em que começo e fim não são definidos. Em psicoterapia, o mandala é compreendido como sendo nossa pele psíquica, nossa característica de sermos únicos. Diferente de seres que vivem em consciência coletiva, como abelhas, que são puramente instintivas e trabalham todas fazendo parte de um sistema - a colméia - sem atenderem a necessidades exclusivamente individuais, nós humanos temos uma individualidade, temos uma "fronteira" com o todo, com outras consciências. O psicólogo Carl Gustav Jung chamou isso de "Inconsciente Coletivo". Trata-se do fato de que também fazemos parte de uma grande "colméia" de consciência, estamos todos trabalhando coletivamente nesse grande sistema que chamamos planeta Terra,  mas, ao mesmo tempo, temos nossa individualidade, nossos próprios desejos e anseios. O círculo representa essa fronteira. Como toda fronteira, ela é apenas um ponto de referência. Você pode saber, por exemplo, onde começa sua cidade e onde começa a cidade vizinha (num mapa isso fica muito claro), mas, se você for ao local, será que há uma demarcação clara e nítida de onde uma cidade termina e onde começa a outra? Talvez existam placas, sinais, faixas pintadas nas ruas ou avenidas mostrando o local exato da separação, mas e se essas placas ou sinais simplesmente não existissem, será que conseguíriamos identificar com tanta facilidade? Como essas cidades interagem? Há comunicação entre elas, um fluxo contínuo de pessoas, por exemplo? Ou são como divisas entre países em que o fluxo é rígido e controlado?

A proposta de utilizarmos gizes coloridos para desenharmos usa o princípio da arteterapia no qual acessamos através do desenho um retrato psíquico do aqui e agora, como se estivéssemos "batendo uma foto" do nosso inconsciente, por assim dizer. Dessa forma, podemos acessar informações que estão além da percepção da nossa mente consciente usual, informações úteis na jornada do auto-conhecimento, pois apontam para o que está constelado em termos da nossa energia psíquica. Podemos entender como nossa energia está se processando em relação ao exterior, sejam outras pessoas, situações, lugares, circunstâncias... Será que dou valor demais ao que está fora de mim ou acredito que apenas minhas próprias opiniões têm valor? Será que estou "fluindo" em determinados aspectos de minha própria existência ou estou travado? Os mandalas nos apontam para nossa realidade interior e trazem em si uma possibilidade de resolução, pois, ao expressarmos essa energia psíquica no desenho, nós "materializamos" esse material inconsciente, e isso permite que esses processos comecem a ganhar forma, de forma que possam portanto ser reconhecidos e também trabalhados.

Nas imagens ao lado foram utilizadas fotos de Fabio Santanielli, Paul Skorupska e Luke Porter.

metodologia

Para os atendimentos, nunca existe um roteiro pré-definido ou uma forma de atuar pré-estabelecida. Será dada abertura para que o cliente possa se expressar e, de acordo com sua necessidade, que é inteiramente individual e única, o trabalho será construído. Para isso, contamos com o trabalho verbal através do diálogo, além da utilização de técnicas expressivas através do desenho de mandalas terapêuticos, ou ainda, com práticas profundas de relaxamento e interiorização com as quais aprenderemos a conversar e escutar a nós mesmo, como uma meditação profunda.

Essas e outras técnicas estarão à disposição e serão usadas sempre dentro de um contexto que, por sua vez, será direcionado sempre pelo próprio cliente e de acordo com a direção que sua bússola interior apontar, através das necessidades e anseios que emergirem, sendo usados como coadjuvantes no trabalho de auto-conhecimento, fazendo parte de um grande todo, maior, e nunca como fins em si mesmos. As sessões são individuais, num ambiente aconchegante, o que permite uma interação respeitosa entre o cliente e o profissional.

Image by Jamie Street
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